Zélia Lopes - Figueiró dos Vinhos
Carregado por Verdegaio. -
Homenagem a José Malhoa pintor
Na Igreja Matriz da Figueiró dos Vinhos, existe um quadro no altar-mor, “ Batismo de S.João Baptista”, da sua autoria e vamos encontrar em muitas Igrejas do centro - Chão de Couce, Constança, e até na Igreja Matriz de Cascais, pinturas de Nossa Senhora, da sua autoria.
Pintou o Portugal rústico como ninguém.
O CASULO
Casa mandada construir pelo
pintor José Malhoa, que se assume como um típico chalet romântico. As paredes
imitam o lavrado e a cor do tijolo e os cunhais e molduras das janelas
recortam-se em blocos de pedra rústica. Tem azulejos de Rafael Bordalo
Pinheiro.
Edifício mandado construir pelo pintor José Malhoa em 1895, que lhe serviu de residência depois da sua fixação em Figueiró dos Vinhos. O autor do projecto foi o arquitecto Ernesto Reynaud, grande amigo do artista, que se encontrava na vila a reconstruir a igreja matriz. Apesar das transformações de que foi alvo, ainda persistem nesta casa de dois pisos muitas das marcas originais, presentes por exemplo no quarto, na escada, na sala de estar, na porta de correr, nos azulejos e no caramachão (pavilhão revestido de verdura) do jardim. As paredes rebocadas imitam o lavrado e a cor do tijolo, enquanto os cunhais e as molduras das janelas recortam-se em blocos de pedra rusticada. Já nas vergas e cornijas salientam-se os frisos de azulejos de Rafael Bordalo Pinheiro. No interior, merece destaque a sala da habitação, que abre para o alpendre, forrada a couro lavrado, a lareira e o tecto de madeira. Imóvel de Valor Cultural e Interesse Concelhio.
José Malhoa (1855 - 1933)Malhoa, de seu verdadeiro nome José Victal Branco Malhoa, nasceu numa família de agricultores, nas Caldas da Rainha. Cedo evidenciou qualidades artísticas; e assim, muito novo, seguiu para Lisboa para aprender o ofício de entalhador na Escola de Belas-Artes. Contudo, por indicação do artista Leandro de Sousa Braga, o irmão inscreve-o na Real Academia de Belas-Artes em Outubro de 1867. Aqui haveria de prosseguir estudos durante 8 anos, obtendo as melhores classificações.
Na Academia, foi aluno do mestre romântico Tomás da Anunciação, que o iniciou na pintura de paisagem – a grande paixão da sua vida –, de Miguel Ângelo Lupi e de José Simões de Almeida, entre outros. Ainda estudante, passava as tardes a desenhar os arredores de Lisboa, sobretudo a Tapada da Ajuda e Campolide. Assim que acaba o curso, decide concorrer a pensionista do Estado com o fim de ir estudar para fora. Mas não é admitido (só realizará a primeira viagem a Paris em 1906). Decide então empregar-se na loja de confecções do irmão, onde ficará três anos.
É desta época a obra Seara Invadida (1881), que envia a uma exposição em Madrid, onde obtém o melhor acolhimento. Entusiasmado, e apesar de ter entretanto casado, Malhoa decide deixar a loja do irmão e consagrar-se inteiramente ao ofício de pintor. Ainda antes de 1885 chegam as primeiras encomendas artísticas: um tecto para o Real Conservatório (A Fama Coroando Euterpe) e outro para o Supremo Tribunal de Justiça (A Lei) são alguns exemplos.
Nesse ano, o pintor Silva Porto regressa a Lisboa, vindo de França, onde fora aluno de Daubigny, e recebe na Academia a cadeira de Pintura de Paisagem, que entretanto tinha vagado. À sua volta, na Cervejaria do Leão, em Lisboa, reúne-se em breve um grupo de artistas dos quais Malhoa faz parte. Esta tertúlia, o Grupo do Leão, que discutia temas relativos à prática artística, influenciou decisivamente a opção de Malhoa pela pintura de ar livre. O Paul da Outra Banda, pintado ainda em 1885, é desta um bom exemplo.
Pouco tempo depois, adquire casa de Verão em Figueiró dos Vinhos. É aqui que descobre os temas populares que sempre o encantarão ao longo da vida. Procissões, cenas campestres, camponesas saudáveis e garridas, animais que pastam, pontuam uma pintura que se vai dedicar a transmitir uma imagem do Portugal sentimental e bucólico que outros tratarão na literatura. Trata-se de pintura naturalista; mas de um naturalismo sem maniqueísmo nem luta de classes, mais próximo de A Cidade e as Serras que de O Germinal – mais próximo do Portugal atrasado desse tempo que da Inglaterra ou da França já industrializadas. Diogo de Macedo, historiador que se debruçou sobre a sua obra, chama-lhe um «historiador da vida rústica de Portugal»...
Na Academia, foi aluno do mestre romântico Tomás da Anunciação, que o iniciou na pintura de paisagem – a grande paixão da sua vida –, de Miguel Ângelo Lupi e de José Simões de Almeida, entre outros. Ainda estudante, passava as tardes a desenhar os arredores de Lisboa, sobretudo a Tapada da Ajuda e Campolide. Assim que acaba o curso, decide concorrer a pensionista do Estado com o fim de ir estudar para fora. Mas não é admitido (só realizará a primeira viagem a Paris em 1906). Decide então empregar-se na loja de confecções do irmão, onde ficará três anos.
É desta época a obra Seara Invadida (1881), que envia a uma exposição em Madrid, onde obtém o melhor acolhimento. Entusiasmado, e apesar de ter entretanto casado, Malhoa decide deixar a loja do irmão e consagrar-se inteiramente ao ofício de pintor. Ainda antes de 1885 chegam as primeiras encomendas artísticas: um tecto para o Real Conservatório (A Fama Coroando Euterpe) e outro para o Supremo Tribunal de Justiça (A Lei) são alguns exemplos.
Nesse ano, o pintor Silva Porto regressa a Lisboa, vindo de França, onde fora aluno de Daubigny, e recebe na Academia a cadeira de Pintura de Paisagem, que entretanto tinha vagado. À sua volta, na Cervejaria do Leão, em Lisboa, reúne-se em breve um grupo de artistas dos quais Malhoa faz parte. Esta tertúlia, o Grupo do Leão, que discutia temas relativos à prática artística, influenciou decisivamente a opção de Malhoa pela pintura de ar livre. O Paul da Outra Banda, pintado ainda em 1885, é desta um bom exemplo.
Pouco tempo depois, adquire casa de Verão em Figueiró dos Vinhos. É aqui que descobre os temas populares que sempre o encantarão ao longo da vida. Procissões, cenas campestres, camponesas saudáveis e garridas, animais que pastam, pontuam uma pintura que se vai dedicar a transmitir uma imagem do Portugal sentimental e bucólico que outros tratarão na literatura. Trata-se de pintura naturalista; mas de um naturalismo sem maniqueísmo nem luta de classes, mais próximo de A Cidade e as Serras que de O Germinal – mais próximo do Portugal atrasado desse tempo que da Inglaterra ou da França já industrializadas. Diogo de Macedo, historiador que se debruçou sobre a sua obra, chama-lhe um «historiador da vida rústica de Portugal»...
José Vital Branco Malhoa foi pintor, desenhista e professor português, conhecido como José Malhoa.
Nasceu nas Caldas da Rainha em 28 de Abril de 1855 e com apenas 12 anos entrou para a escola de Belas Artes. Em todos os anos ganhou o primeiro prémio, devido às suas enormes faculdades e qualidade artísticas.
Realizou inúmeras exposições, tanto em Portugal como no estrangeiro, designadamente em Madrid, Paris e Rio de Janeiro. Foi pioneiro do Naturalismo em Portugal, tendo integrado o Grupo do Leão.
Destacou-se também por ser um dos pintores portugueses que mais se aproximou da corrente artística Impressionista.